quinta-feira, 20 de março de 2014

A escravidão no Brasil Colônia, as relações entre cativos e a paulatina chegada da liberdade.

A escravidão no Brasil Colônia, as relações entre cativos e a paulatina chegada da liberdade.

por Aristides Leo Pardo

Fonte:http://www.nethistoria.com.br/

   A escravidão é uma das práticas mais antigas da humanidade, sendo desde os primórdios das civilizações a força motriz de desenvolvimento para povos e Impérios, sendo a ação condenatória aos derrotados em batalhas e invasões, que se viam forçados a trabalharem para a força dominante.
   Com as Grandes Navegações, que resultou na chegada do europeu às Américas, o uso do trabalho cativo foi peça fundamental para o progresso das novas colônias e especialmente no Brasil, que por mais de duzentos anos serviu apenas para exploração de matérias primas para o reino de Portugal e baseou-se na mão de obra escrava, de africanos, trazidos a força, após as frustradas tentativas de escravizar os povos indígenas que aqui já habitavam.
   O poder da Igreja e a “necessidade” de salvação da alma do negro, mergulhada no paganismo africano foi a justificativa para a escravidão, que “cobrava” o serviço como cativo, o “favor” da evangelização. A percepção de que essa prática poderia ser convertida em algo mais lucrativo, além do trabalho para o clero, foi o ponto de partida da transição para o escravismo, sempre com a legitimação da cristianização dos africanos.
   Assim como é muito genérico falar de África, como um todo, ou uma coisa só, já que existem vários povos, cada qual com a sua especificidade, idioma e cultura singular, não se pode falar em escravidão de uma única e imutável forma, pois ela variava em sua forma, devido ao tipo de serviço, tamanho das fazendas, localização geográfica e espaço temporal, pois um modo de agir com seus cativos, variou de senhor para senhor e de um período de tempo para outro, como nos fala Mamigonian (2009, p.210)


 Por mais que possa parecer contraditório e antagônico, escravidão e liberdade[1] caminharam juntas no Brasil do Século XIX, pois a promessa de alforria era a mais importante arma do senhor manter seus escravos na lida, de forma a não causar conflitos e insubordinações que pudesse atrasar sua suposta saída do cativeiro, que na maioria dos casos ficava somente na promessa. Essa afirmativa é notada em Mamoganian (2009, p. 212), quando nos diz que “A dinâmica da escravidão brasileira implicava dar esperança de liberdade aos escravos que se mostrassem adaptados ao sistema, enquanto novos eram continuamente importados da África”.

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